Recebi com tristeza - embora já tivesse sido avisado - a notícia da descontinuidade da Falcon. A "quatrocentona" não se enquadrou nas novas regras de emissão de poluentes para 2009 e se despede das linhas de montagem.
Vai entrar para a história como a maior fonte de polêmicas da história do mercado brasileiro. Falcon é que nem cunhado e sogra: ou se ama ou se odeia. Muito já se falou, bem ou mal, a respeito dela - mais mal do que bem, é verdade. Quem gosta, como eu, defende até a morte.
A moto é ruim? Não. Tem defeitos? Claro (bebe pra cacete). Mas não era a meleca que os detratores diziam. Tinha sua qualidades (banco ótimo, estabilidade, boa posição de pilotagem, torque bárbaro). Então, porque saiu de linha? Simples: envelheceu. O tempo passou e a Falcon ficou.
Descanse em paz, Falcon. Você merece.
É isso. Cansei. Cansei do Jornalismo.
Fazem exatos 6 anos que peguei meu diploma e meu registro profissional, achando que minha hora havia chegado. Fazem exatos 6 anos que essa tal hora nunca chega.
Pois agora chega.
Desencanei de vez de ser jornalista. Jornalismo é sonho. Sonho não enche barriga. Saco vazio não para em pé.
Ano que vem faço 37 anos. Quando se está nessa altura da vida o muro começa a se aproximar mais rápido e a colisão começa a se tornar inevitável. A correção de rota é mais difícil, embora ainda possível. Optei por corrigir a rota antes de dar com a cara no muro.
Então é isso. Jornalismo, a partir de hoje, não mais. Riscado da minha lista de prioridades. Vou focar as energias numa coisa mais certa que eu deixei de lado por muito tempo.
Sempre brinquei dizendo que "pelo menos depois de formado eu iria pra cela separada". Ironia: como não pretendo infringir a lei, o diploma acabou perdendo sua única utilidade.
Infelizmente, a vida só ensina na porrada. Ainda bem que acusei o golpe antes de ir a nocaute.
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